A confissao de Lúcio

Em uma Lisboa envolta em sombras e enigmas, Lúcio confessa uma história que ultrapassa os limites da razão. Entre a amizade, a obsessão e a loucura, surge uma figura ambígua — Ricardo de Loureiro — cuja presença transforma a realidade em um espelho partido.

Publicada em 1914, A confissão de Lúcio é uma das obras mais inquietantes do modernismo português. Nela, Mário de Sá-Carneiro entrelaça o mistério, o simbolismo e a decadência para explorar a identidade, o desejo e o abismo da mente humana. Um relato em que o fantástico e o psicológico se confundem, e onde toda verdade parece, afinal, uma ilusão.

Mário de Sá-Carneiro (1890–1916) foi um dos grandes expoentes do modernismo português e figura central da chamada Geração de Orpheu, ao lado de seu amigo e contemporâneo Fernando Pessoa. Nascido em Lisboa, viveu uma existência marcada pela sensibilidade extrema, pela busca estética e pelo tormento interior que impregnam a sua obra. Sua vida, breve e intensa, terminou tragicamente com o seu suicídio aos 25 anos, deixando uma obra deslumbrante que encarna a alma inquieta e decadente do modernismo português.